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Apresentação EMT 928 mkII

EMT 928 mkII

A EMT lançou o 928 mkII, que invoca os pratos icónicos de há meio século atrás. Um EMT original muito bem restaurado pode valer bem mais que o conjunto deste 928 mkII com braço e célula incluidos novos. Salvo erro, terei visto algures um com um valor a rondar os 60 mil dólares (!)… a Exaudio apresentou na sexta-feira e sábado passados o 928 mkII, em conjunto com o braço Thales Simplicity II e célula EMT Pure Black, com andar de phono EMT 128.

EMT 128

A amplificação deste conjunto esteve a cargo do pre-amplificador Bricasti M20 e do power TAD M-1000tx. A cantar estiveram as torres TAD E1TX.

O destaque do novo 928 mkII vai para a alimentação por bateria, característica que não me lembro de ver em mais nenhum deck, e que permite que este prato funcione desligado da rede elétrica, e por conseguinte do ruído que por aí pode chegar, o que ajuda a explicar o que ouvi. Ou melhor, o que não ouvi. Ou melhor ainda, o detalhe e definição do que ouvi, devido ao seu “low noise floor”. A construção em alumínio maciço maquinado, além dos ganhos sonoros, resulta em 23 kg de gira-discos. O desacoplamento é feito por pés esféricos.

TAD E1TX

Quando tinha disponibilidade para me interessar pelo universo ao meu redor, no tempo que não tinha nem três filhos menores, nem duas atividades profissionais, fui apanhando algumas referências aqui e ali a um artista chamado Néstor Canavarro, que, para quem não tiver tempo, vontade, ou já agora disponibilidade para ir saber mais, é um ilustrador. Alguém não avisado poderia achar que as obras deste argentino poderiam tratar-se de fotografias, tal o hiper-realismo (nome precisamente do género como é classificada a sua obra). O que ouvi nesta apresentação, no curto espaço de tempo que tive a oportunidade de tomar contacto com estes equipamentos na Exaudio, foi como se estivesse a olhar para o som com uma lupa, para os detalhes incluídos na música. Uma lupa transparente e sem filtros. Tal e qual a obra de Canavarro. Uma ressonância magnética da gravação. 

Ora, quanto maior o detalhe, menor a ligação emotiva à obra, certo? Errado! Normalmente concordaria, mas o que tenho aprendido, quanto mais ouço e aprendo sobre o áudio high-end, é que as exceções confirmam as regras, e neste conjunto ouvi a tal exceção à regra.

Esta apresentação permitiu também a minha primeira visita à Exaudio, casa do áudio que representa em Portugal e Espanha um conjunto de marcas que me tem despertado alguma curiosidade. Entre elas uma, Audio Note (UK), de que recebi no sábado um cheirinho com um conjunto completo: transporte de CD, DAC, amplificação com power com válvulas 300B, cablagem e colunas, tudo da marca.

As válvulas, mais uma vez, não perderam a oportunidade de me surpreender. Quando ouvimos falar em válvulas 300B, imediatamente pensamos num som espesso, romântico, mas com graves potencialmente flácidos. O que eu não contei foi com os graves bem definidos e encorpados.

Ficou a promessa de dar mais atenção a estes equipamentos num futuro próximo.