37º aniversário Imacústica
Parabéns Imacústica!
Nasci na década de 70 do século passado, o que me permitiu ter sido educado e protegido ao ponto de, quando tinha 37 anos, ainda mal me sentia na idade adulta, o que a parentalidade, tardia no meu caso (tudo na vida surge no momento certo), se encarregou de corrigir. O mercado nacional do áudio terá vivido o seu auge nos anos 80 e 90 do século passado. Depois assistiu a duas décadas de curva descendente, em termos genéricos. Com a alteração de costumes e ressurgimento (moda ou não?) do vinil, fenómeno também alimentado direta e indiretamente pela pandemia, novas oportunidades terão surgido, para que o mercado do audio possa sair revitalizado. Será que está também a entrar na idade adulta? Certos fatores deixam-me otimista, outros nem por isso. O mercado se encarregará de decidir para que lado pende a balança.
Importante!, renovar a massa de audiófilos. O pessoal com 40, 50, 70, e mais anos não estará por cá para sempre. Alguma renovação acontecerá. Muito bem, disse Manuel Dias da Imacústica, que os gostos se aprimoram com a idade, e que esse movimento natural e espontâneo se encarregará de renovar a tribo e manter este hobby vivo. O hobby de ouvir a música como ela merece! E nós merecemos também.
A minha opinião, como pessimista que sou, é que devemos trazer sangue novo para a tribo. Eu tento fazer a minha parte, juntando a minha voz a quem também ajudou a me evangelizar, JVH e a revista Audio.
Mas chega de filosofias e voltemos à razão que nos leva a este texto. A Imacústica fez 37 anos e marcou a efeméride com um conjunto de eventos no Porto e Lisboa. O vosso escriba favorito, não o mais humilde, teve oportunidade de dedicar o dia 1 de abril à ocasião, no Porto. Comemorou-se durante o dia outra ocasião, o meio século do terceiro disco mais vendido de sempre, “The Dark Side of the Moon” dos Pink Floyd, e de manhã, tivemos como cicerone Carlos Saraiva, expert nos Pink Floyd, que nos guiou durante a audição do remaster de 2023 de The Dark Side of the Moon. O sistema presente durante esta audição no auditório principal da Imacústica Porto:
- Colunas Wilson Audio Alexx V
- Amplificação: monoblocos Dartzeel NHB-468 e prévio Dartzeel NHB-18NS
- Fontes digitais: leitor CD/SACD Marantz 30N usado ligado direto ao prévio da Dartzeel quando usados CD ou SACD. dCS Vivaldi Apex DAC, Master Clock e Upsampler, quando em streaming.
- Fonte analógica: prévio de phono Audio Research Reference Phono 3SE, Prato Michell Audio Orbe SE e célula Sumiko BluePoint Nº3
- Cablagem Transparent Audio Reference
Foi dada a oportunidade aos presentes de ouvir na íntegra o novo remaster do disco em vinil, podendo-o comparar diretamente aos remasters de 2003 e 2016, bem como a uma prensagem japonesa. Pudemos também comparar versões digitais em CD, SACD e em streaming MQA. As opiniões dividiram-se quanto às melhores versões, com aparente unanimidade pelo menos em relação à superioridade da experiência da audição em suporte analógico em relação aos suportes digitais.
Fãs de bom som: Check; e dos Pink Floyd: Check!
De tarde tive a oportunidade de testar um conjunto Cambridge Audio, com
prévio/DAC/streamer Edge NQ e monoblocos Edge M a alimentar as colunas K6 da ProAC. Como tinha no mesmo rack os streamers mais modestos da marca, AXN10 e MXN10, já estarão a adivinhar o que aconteceu certo? Acabei por comparar o MXN10 de 500 euros frente ao NQ de 5500, ambos comandados pela app Streammagic da Cambridge, e não posso dizer que não fiquei surpreso com o que ouvi. Mais em relação a este assunto em artigo dedicado a sair nos próximos dias.
Ainda sobrou tempo para mais uma audição a “The Dark Side of the Moon”, desta feita a uma gravação ao vivo registada em 1974, em concerto com muito menos parafernália cénica a que nos foram habituando anos depois, logo com muito mais espontaneidade e “vivo” no “ao vivo”. Tal como as tertúlias são mais espontâneas, vivas e saudáveis nos eventos e nas lojas, que no éter das caixas de comentários das redes sociais.
Parabéns Imacústica, e obrigado pelo dia bem passado, entre audiófilos melómanos e melómanos audiófilos. Que estes eventos façam nascer e crescer mais curiosos para fazer crescer a tribo.