Avançar para o conteúdo
Início » Aventuras do Bigodes no High-end áudio, O S. João este ano chegou mais cedo

Aventuras do Bigodes no High-end áudio, O S. João este ano chegou mais cedo

O S. João é uma festa popular. Popular porque é do povo. Porque é de todos. Neste caso, a serviço do meu argumentário, para todas as carteiras.

O S. João este ano chegou mais cedo

Quem está por dentro da Alta-Fidelidade sabe que a Ultimate Audio Elite, como o próprio nome indica, tem estado mais direcionada para a fatia de mercado mais alta em termos de valor, que se convencionou chamar de Áudio High-end, onde alguns equipamentos podem custar tanto como casas.

Aqui “valor” já tem um duplo significado. Valor do equipamento em termos da sua capacidade, e como não há milagres, nem almoços grátis, normalmente vem com etiqueta de preço à proporção.

MoFi SourcePoint 10

Equipamento superlativo resulta de um ou vários fatores: pode resultar de investimento em investigação e desenvolvimento em alta tecnologia, no emprego de alta tecnologia mesmo que já empregue de forma comum, do emprego de materiais de topo e de mão-de-obra altamente qualificada, seja no desenvolvimento ou montagem. Tudo isto não sai barato.

Já o tenho dito. Quem tem dinheiro consola-se. 

Dou um exemplo. No mês passado ouvi umas colunas Marten que me fizeram desejar ter tido mais juizinho na minha juventude. Não tive.

Mas nem tudo se perdeu.

Estas sessions pretenderam apresentar várias novidades. Uma delas, se calhar planeada pelos organizadores, o preço pedido.

O gira-discos? Mil e seiscentos euros com braço incluido. O prévio para cabeças MM/MC? Trezentos e oitenta. As colunas, custam 5 mil e quinhentos euros com os suportes incluídos. Que não é pouco, é certo! No entanto as colunas que tenho ouvido nas Sessions têm preços que se escrevem com cinco (por vezes seis) dígitos do lado esquerdo da vírgula. Esta diferença significa que fui ouvir um sistema muito abaixo do que a Ultimate nos habituou? O melhor será continuar a ler e descobrir.

Antes de continuarmos, fica desde já esclarecido que não acredito em tomba gigantes. Nenhuma coluna de quinhentos euros soa ao nível de outra de cinco mil, nem a de cinco mil poderá aproximar-se de outra de cinquenta mil. Ou pode?… o que acho, e ouvi no passado sábado, foi uma de cinco mil a aproximar-se em muitas características de concorrentes de dezenas de milhar, ficando atrás apenas em qualidades que maior parte de nós poderá estar preparado para deixar cair, até pela diferença no preço. 

Passo a explicar.

MoFi SourcePoint 10

As colunas MoFi Sourcepoint 10 custam 4999€. 5499 com os suportes. Criadas por Andrew Jones, designer de créditos firmados. Nestas sessions tivemos estas colunas alimentadas pelo novo integrado Luxman L-507Z, por sua vez alimentado pelo leitor CD/SACD D-07X da mesma marca, e pelo streamer Innuos Pulsar. No lado analógico o prato MoFi StudioDeck TT e prévio Studio Phono, com cabeça Hana MC.

O que ouvi:

A guitarra acústica de Joel Xavier a crepitar em “Lusitano”. O Peito cheio de Zhao Peng em “The Greatest Basso”. Rachelle Ferrell (onde é que ela andou todos estes anos em que não a ouvi) a dar tudo como nunca tinha ouvido ninguém em “Individuality (Can I be Me?)”, e Melanie de Biasio a dar todo o seu amor em “With all my Love”. Ouvi o “Trem das Onze” a passar cantado por Caetano Veloso e Maria Gadu. E que bem me soube ouvir esta canção!

“Lágrima” de Bethânia e “St. James Infirmary” no registo habitual de Miguel Carvalho e algumas de Dire Straits (a abono da verdade em registo discos pedidos).

Luxman L-507z

O que ouvi foi pormenor fino, respeito da nuance das interpretações, corpo, som concentrado e “in your face” com palco sonoro respeitável. O que ouvi muito e bem, foi um som encorpado, dinâmico e ataque. Bem, a dinâmica e o ataque… Miguel Carvalho até nos presenteou com uma faixa de trance progressivo(!) “Make us Stronger” de Ghost Rider, para podermos perceber as capacidades de ataque e dinâmica das Sourcepoint. Até me imaginei no Rocks na ida década de noventa! Que para quem não sabe era uma discoteca em Vila Nova de Gaia que passava musica de dança. Daquela que não passava nas rádios.

O sistema que ouvimos no sábado na Ultimate não é para todas as carteiras, mas permite desfrutar de grande parte da experiência que aqueles sistemas que custam tanto como uma casa bem situada oferecem, por uma fração do preço. O que ouvi foi áudio High-end. O preço?, nem por isso.

Sistema presente nesta Session:

 

    • colunas monitoras > MoFi SourcePoint 10

    • amplificador integrado > Luxman L-507Z

    • leitor CD/SACD > Luxman D-07X

    • streamer > Innuos Pulsar

    • gira-discos com braço > MoFi StudioDeck TT

    • cartucho > Hana MC

    • pré-amplificador de fono MM/MC > MoFI Studio Phono

    • cablagem > Siltech

    • distribuidor de corrente > Isotek Aquarius V5

    • sistema de terra > Entreq Pluton

    • rack > Neohighend

tudo disponível em Ultimate Audio Elite