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Bowers & Wilkins Pi8 vs. Pi6 vs. Cambridge Melomania Touch: Qual o melhor companheiro de viagem?

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Bowers & Wilkins Pi8 vs. Pi6 vs. Cambridge Melomania Touch: Qual o melhor companheiro de viagem?

O meu dia a dia envolve uma deslocação em transportes variados: de carro até à estação de comboio, daí até S. Bento no centro do Porto, metro até Vila Nova de Gaia e, por fim, cerca de doze minutos em passo acelerado a pé até à redação. No final do dia, o mesmo percurso no sentido inverso. As maravilhas da vida na cidade!
A música é a minha companheira nesta jornada, e os auriculares são a minha bengala para ajudar a lidar com o trajeto. Nos últimos tempos, testei dois modelos da Bowers & Wilkins – os Pi8 e os Pi6 – comparando-os com os meus fiéis Cambridge Melomania Touch, que são quem me tem acompanhado nestas jornadas.

1. Qualidade de construção e fiabilidade

Cambridge Melomania Touch: Leves… mas com um passado atribulado

Cambridge Audio Melomania Touch

A minha relação com os Melomania é antiga. Começou com os Melomania 1, logo a seguir ao seu lançamento. Poucos meses depois, vieram os Melomania 1+, tentando resolver problemas de conexão nos primeiros. Depois, mais uma tentativa de resolução do mesmo problema com o mesmo modelo, agora em branco. Resultado? O mesmo: falhas de sincronização entre os auriculares e com a fonte. Em menos de dois anos, três pares.

Só depois, com os Melomania Touch é que a estabilidade chegou (embora os meus ouvidos preferissem o formato dos 1 e 1+). Estão cá até hoje, embora atualmente maioritariamente usados pela minha esposa em casa. São práticos, leves, e têm uma forma e materiais despretensiosos mas eficazes.

Bowers & Wilkins Pi6 e Pi8: Mais sobriedade e excelência

Aqui, a Bowers & Wilkins entra em cena com outro nível de atenção ao detalhe. O acabamento dos Pi6 e dos Pi8 é simplesmente irrepreensível. O plástico mate usado transmite uma sensação de produto premium. Os Pi8 adicionam uma faixa decorativa e um estojo com detalhes ainda mais cuidados – um objeto que dá gosto tirar do bolso.

Durante os vários meses de uso intensivo, nenhum dos dois modelos B&W falhou: sem quebras de ligação, sem problemas de sincronização, sem comportamentos erráticos. No entanto, não estive com eles tempo suficiente para atestar a fiabilidade a longo prazo. Mas até agora, promissor é a palavra certa.

2. Interface com o utilizador e funcionalidades

Melomania Touch: Simples e eficaz

O design é leve e ergonómico. A ligação é direta, e a app da Cambridge é intuitiva o suficiente, servindo o propósito. A autonomia é imbatível. Falta-lhes, no entanto, uma integração mais profunda com funcionalidades modernas como cancelamento de ruído ativo com modos de transparência ajustáveis.

Pi6 e Pi8: Controlo, app e inovação

A interface da Bowers & Wilkins é mais sofisticada. Ambos os modelos oferecem controlos táteis personalizáveis via app (volume, modos de som, assistente de voz), e o estojo dos Pi8 tem um trunfo raro: funciona como retransmissor de áudio – ideal para aparelhos sem Bluetooth.

A autonomia também é muito competente: 6,5 horas de reprodução por carga com os Pi8, e mais 13,5 horas com o estojo. Um carregamento rápido de 15 minutos dá-te mais cerca de 2 horas de som – ideal para quem estiver sempre em movimento.

A grande diferença aqui vai para o cancelamento de ruído dos B&W, que atinge níveis muito interessantes com os Pi8, embora quem nunca tenha experimentado algum modelo com esta funcionalidade não fique à espera de milagres. O ruído de fundo do Metro num túnel, por exemplo, é algo que um modelo intra-aural não tem ainda capacidade para filtrar satisfatoriamente, de qualquer forma, normalmente preferi ouvir no modo transparente. Sou um dos puristas que não gostam de adicionar filtros ao som! Mas é sempre bom poder optar.

3. Qualidade de som

Melomania Touch: Som divertido com alma

O som dos Melomania é surpreendente pelo preço. Em faixas como “Man Next Door” dos Massive Attack, os graves são surpreendentemente extensos. Os agudos, por vezes demasiado vivos para ouvidos mais sensíveis, têm detalhe e brilho. O ritmo de faixas como “Starman” de David Bowie é contagiante – é aqui que os Melomania brilham: na entrega energética, no prazer puro da música.

Pi6: Energia e equilíbrio

Bowers & Wilkins Pi6

A assinatura sonora dos Pi6 parece ter sido afinada com as mesmas intenções da dos Melomania. Marcadamente apontados para quem quer ouvir música de forma descomprometida com as audiofilices. O som tem impacto. Os graves são cheios e potentes, e as frequências médias e altas encaixam com naturalidade. Ouve-se isto claramente em “Big Time Sensuality” de Björk, onde a voz e a batida convivem num palco bem estruturado. Comparados aos Melomania, os Pi6 mantêm a diversão, mas com mais detalhe, nuances e textura. Não têm o refinamento e maturidade dos Pi8, mas são entusiasmantes qb.

Pi8: Topo de Gama

Aqui, os Pi8 sobem um degrau — ou vários. O som é limpo, equilibrado, espaçado e maduro. Há calor nos médios, textura nos graves, e os agudos são estendidos mas nunca agressivos. Em “No Surprises” dos Radiohead, o palco sonoro é extenso. Em “Querelle” dos Pop Dell’Arte, o baixo vibra com autoridade. A magia está nos detalhes: “Lágrima” de Maria Bethânia soa tão natural que me esqueço de estar numa estação de metro.

Testei “Echoes” dos Pink Floyd com receio dos agudos iniciais. Mas os Pi8 passaram com distinção. Para mim, o modo ANC desligado soou mais natural – ainda assim, nos transportes públicos, o ANC pode ser uma bênção para manter a concentração. O ANC, aliás, foi claramente herdado dos Px8 já testados por aqui: eficaz, discreto, com um modo de transparência útil – embora um pouco aguçado de mais para o meu gosto pessoal nas altas frequências.

4. Conclusão: Qual é o par certo para ti?

Cada par de auriculares oferece uma experiência diferente: com os Melomania, revivo os dias descontraídos do início da pandemia, onde tudo era mais simples. Os Pi6 dão-me energia nas manhãs mais cinzentas. E os Pi8… são puro escapismo auditivo – como entrar numa sala de concertos privada no meio da confusão urbana.

Os Bowers & Wilkins Pi8 são, sem dúvida, os melhores auriculares intra-aurais sem fios que já usei. Som sofisticado, cancelamento de ruído eficaz para IEMs, materiais de luxo, funcionalidades avançadas – tudo contribui para uma experiência de excelência. Um verdadeiro upgrade para quem quer o melhor, sem compromissos.

Os Pi6 oferecem grande parte do ADN dos irmãos Pi8, a um preço mais simpático. Perdem alguns pontos no refinamento sonoro face ao topo de gama, mas mantêm a energia e a musicalidade. São ideais para quem quer tudo, sem gastar tanto.

Nos Cambridge Melomania Touch, o som é alegre, a autonomia é mais que generosa, e apesar do historial complicado dos modelos anteriores, estes ainda vão tendo lugar por cá.

Se procuras a melhor companhia sonora para os teus dias agitados, há aqui um modelo certo para ti. A escolha depende apenas de quanto queres investir.

Eespecificações Bowers & Wilkins Pi8

Especificações Bowers & Wilkins Pi6

Especificações Cambridge Audio Melomania Touch

1 comentário em “Bowers & Wilkins Pi8 vs. Pi6 vs. Cambridge Melomania Touch: Qual o melhor companheiro de viagem?”

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