Tiveram lugar na Ultimate Audio Lisboa, de 8 a 10 de março mais uma edição das Ultimate Sessions Extreme. Desta feita com 4 salas, 3 dedicadas ao áudio e 1 ao Home-cinema. Tive a oportunidade de visitar a casa do Áudio no segundo dia do evento e espero neste artigo conseguir descrever o que por lá vi e ouvi.
Público
Os visitantes chegaram em quantidade e qualidade, com uma constante moldura humana da ordem das dezenas de pessoas a qualquer hora, desde que cheguei por volta das 10h, até dar meia volta, de volta à Invicta, já a passar das 17.
A loja, muito diferente da minha primeira visita, com uma nova sala de audição, com cheiro a estreia. Mas já lá vamos, que por falar em estreias, elas foram várias.
Ultimate (em formato arranha-céus), com 8 válvulas KT170 cada e 440cv (desculpem Watts) a 4Ohms por canal.
Novidade também, foram as Avantgarde Mezzo. Estas ficam para o fim! Já adivinharam porquê…
Estreia mundial também do Clearaudio Master Jubilee (no evento a unidade nº01, de 45).
A sala de home-cinema
Quem me acompanha sabe que o Home-cinema não tem sido o principal foco por aqui nos meios MoustachesToys. Mas como por lá estava decidi entrar, mais por curiosidade do que por genuino interesse. O projetor Laser topo de gama da Sony, com amplificação também topo de gama da Marantz e sistema de colunas da Perlisten deixou-me, no mínimo conquistado por este mundo confesso, pois foi capaz de me tele-transportar para o Mundo do rato Ratatouille, e depois para um concerto ao vivo dos Toto quando voltei à sala, a tempo de “Africa”, e a tempo também de imaginar o personagem Joe Swanson, aquele de cadeira de rodas, da série “Family Guy”, a dançar no varão para a sua esposa. Quem viu, também se lembraria…
A nova sala de audição
A nova sala de audição presenteou-nos com as Marten Mingus Septet, alimentadas pelos arranha-céus (monoblocos) e prévios Jubilee da Octave audio. A fonte digital esteve a cargo do já habitual conjunto nos grandes eventos da Ultimate Audio, DAC, servidor, PSU e cablagem da espanhola Wadax e cablagem Esprit.
A minha curiosidade e expetativa era grande não só pela capacidade que as mais pequenas Marten Mingus Quintet II foram capazes de demonstrar nas Sessions de Maio de 2023 no Porto, mas também sem dúvida pela qualidade e poder da amplificação. Se as Quintet II, na altura com amplificação solid State da Boulder, me deliciaram na altura pela sua capacidade de me envolverem emocionalmente na música, as Septet, casadas com os monoblocos Octave, impressionaram, pelo menos perante o que os meus verdes ouvidos foram capazes de analisar, pelas características que procuramos aquando destes eventos, que é a aproximação de uma suposta perfeição sonora nos critérios que procuramos numa audição analítica.
Sala Gryphon
Calma! já vou aos outros equipamentos presentes. Porquê sala “Gryphon”? Tenho direito ao meu fraquinho pela marca, que sempre que tenho a oportunidade de ouvir amplificação deste fabricante dinamarquês, a sala costuma sair como vencedora. Esta até foi a sala onde me “enfiei” primeiro. Na altura com colunas Rockport Avior II, Power Apex e pré Commander da Gryphon. Fonte analógica, a unidade nº1 do Clearaudio Master Jubilee, com braço da marca e célula ótica DS Audio. Os uns e zeros estiveram a cargo da Innuos Statement, com leitor de SACD da Playback Designs e Keces a “limpar” a corrente elétrica. Este sistema esteve muito bem como não podia deixar de ser com Commander e Apex presentes e a correção matemática da Rockport, mas quando já no final do dia ouvi o mesmo sistema com as Audionec Evo 2, aí sim, é que ele cantou, com grande envolvência emocional.
Ah, a cablagem. Nesta sala, Siltech
Sala Avantgarde, Kondo, Taiko, Lampizator e Torqueo
Estreia mundial das cornetas Avantgarde Mezzo, alimentadas pela amplificação Kondo Ongaku, servidor Taiko Extreme e DAC Lampizator Pacific 2. O gira-discos, o lindíssimo Torqueo T-34 com braço Ikeda e cabeça Akiko, step-up transformer e andar de phono Kondo. cablagem QSA Lanedri.
Este gira-discos é algo do outro mundo. Estes italianos sabem o que andam a fazer, e servem-nos uma refeição completa de satisfação sonora e visual!
Apesar de tudo, as estrelas desta sala e, na minha opinião pessoal, as Mezzo da Avantgarde. Tenho atravessado um lento processo de aprendizagem, onde lentamente começo a compreender melhor o som das das cornetas da marca alemã. Lembro-me da capacidade das Trio G3 de encher de música todo e qualquer milímetro cúbico da enorme sala do Sheraton do Porto, onde estiveram no evento do ano passado. Mas a nível pessoal prefiro uma abordagem diferente nos agudos. Nas Mezzo é como se a equipa de design as tivesse desenhado com as minhas especificações. Naturalidade e arestas mais redondas, a somar à escala, ataque, dinâmica, impacto e capacidade de materializar os sons que tenho ouvido nas irmãs da gama. Claro que aqui alimentadas pela créme de la creme que é o Ongaku.
Parabéns e obrigado Ultimate Audio, mais uma vez por um evento que irá ficar na memória de quem gosta de música e teve oportunidade de por lá passar.
