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MoustachesToys Best Toys 2023

Antes de mais um parênteses para a minha opinião acerca da miríade de prémios de melhor do ano que grassam por aí em papel, vídeo ou no éter: toooodos eles são para serem considerados com a dose certa de respeito e consideração. Tal e qual como nestes. Ninguém, nem nenhuma equipa será capaz de uma análise séria a todos, ou pelo menos a uma quantidade suficientemente representativa de equipamentos para se rogar o direito de escolher os melhores do ano. Aqui impõe-se uma vírgula. Será necessário abordar esta história dos best-of, como quando muito, os preferidos do ano.

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Os MoustachesToys BEST TOYS são isso mesmo, os preferidos do Bigodes. O que poderá ser considerado como pouco ou nada de relevante, mas visto que os que se dão ao trabalho de seguir a minha opinião nestas coisas do Hi-fi representam um número que já se escreve com seis dígitos, julgo que merecem o meu trabalho.

Um parênteses é que algumas casas poderão considerar-se prejudicadas ou beneficiadas pelas minhas escolhas. Quanto a isto, a única coisa que posso dizer é que não posso escolher o que eu não ouvi. A única forma de um equipamento poder ser mencionado nestes prémios será: primeiro, chegar ao alcance dos meus ouvidos; e segundo, superar os demais da sua categoria. Os BEST TOYS DE 2023 são os meus preferidos, daqueles que tive o privilégio de ouvir e/ou tomar contacto relevante. Aqui haverá distinção entre os brinquedos que estiveram por cá para teste por um, dois ou três meses, para aquilo que considero uma review, ou os que tive contacto durante uma manhã, tarde ou fim-de-semana, em eventos e ou sala de demonstração.

 

Evento do ano 2023

Este prémio precisa de uma introdução, que é uma menção honrosa às casas Hi-fi portuguesas que se dão ao trabalho, e despesa, de organizar eventos que mantêm a chama acesa com cadência e consistência. E aqui os meus parabéns às duas casas que têm conseguido organizar, cada uma, eventos a um ritmo praticamente mensal.

As nomeações:

  • Lisboa Hi-fi’23


    Lisboa Hi-fi’23; o evento que teve lugar no Sana Metropolitan Hotel, teve o condão de ser o único com a presença de mais de uma casa do áudio nacional. A Ajasom rodeou-se dos seus parceiros mais próximos e presenteou os audiófilos da capital com 3 salas, mais os espaços da JLM, Kami Katsu e OnOff (este partilhado com a Supportview e Sound + Pixel Planet).
  • 37º aniversário Imacústica


    37º aniversário Imacústica; uma das maiores casas nacionais do áudio festejou mais uma aniversário com casa cheia e equipamentos à altura da ocasião. Antes de avançar para o vencedor, cá vai a MENÇÃO HONROSA para:
  • Evento de

    Apres. Borresen X3 + Axxess Forté 1


    apresentação Borresen X3 e Axxess Forté 1 (estreia absoluta desta marca em Portugal) no Montebelo Viseu Congress Hotel. (Artigo será publicado nos próximos dias) A Autumn Leaf audio marcou pela diferença e teve a coragem de fazer esta apresentação fora do Porto ou de Lisboa, juntando mais de 40 audiófilos, grande parte aguerridos e participadores como não tenho observado em outros eventos. Parabéns também a Rui Pedroso pela toada didática que incutiu a este evento.
  • Mas quanto a mim o prémio de EVENTO DO ANO DE 2023 só pode ser entregue às Ultimate Sessions Extreme de Fevereiro, no Sheraton Porto Hotel & Spa. Cinco salas de altíssimo nível não só pelo valor do equipamento presente, mas também pela qualidade do som com que presentearam os presentes (a minha preferência pessoal foi para a sala Kroma / Gryphon / MSB e Taiko), cada uma a representar um diferente conceito. Os felizardos que estiveram presentes, só poderão concordar com a esta atribuição do prémio Evento do ano – BEST TOYS 2023. de notar que foi também o único evento a conseguir trazer a Portugal uma série de jornalistas internacionais da especialidade.

    Best Toys 2023 – evento do ano: Ultimate Sessions Extreme

“Top model” do ano

Quem já teve um carro italiano percebe do que vou falar. Nem sempre as coisas estão no sítio que esperamos que estejam. Mas que sabem desenhar um carro isso sabem. Alguém já saiu de um carro italiano depois de o conduzir sem um sorriso de orelha a orelha? (desde que não caia um botão ou não fique apeado?).

Talvez por isso, desde o primeiro Alfa Romeo que comprei, a partir daí só tive carros italianos (isto até as pressões familiares me obrigarem a comprar um sete lugares, e a ter de ceder aos aspetos práticos).

Ainda assim mantenho o meu velhinho Alfa, abrigado da chuva na garagem. O meu veio está cheio de “italianisses”. Para o bem e para o mal. Se na ergonomia as coisas deixam a desejar, (os vidros elétricos são comandados do teto, o travão de mão é do tipo alavanca de avião, as alavancas interiores das trancas das portas são tudo menos práticas, etc , etc.), nos aspetos que influenciam a experiência de condução (suspensão traseira De Dion, que permitia juntar a caixa de velocidades, diferencial autoblocante e os discos de travão in-board – esta solução permitia não só uma menor carga suspensa, como uma melhor relação das rodas traseiras com a estrada). Assim como o cantar do motor (refiro-me ao ruído de indução do motor e não ao ronco de escape), que simplesmente deixou de ser possível perante as normas atuais.

Serblin & Son Frankie

  • A menção honrosa vai para o amplificador integrado Serblin & Son Frankie, que embora tenha vindo com algumas “italinisses” na ergonomia, no exemplar que me cederam para review (entretanto resolvidas pelo fabricante), pela sua elegantíssima caixa de madeira de nogueira italiana maciça maquinada, espessos topo e base de alumínio e botões rotativos polidos à mão, merece aqui no mínimo a menção honrosa. E só não leva este prémio pois nada poderia bater nesta categoria o:

    Top model Best Toys 2023

  • Metaxas & Sins Tourbillon. que leva o prémio Best Toys 2023 – “Top Model”

Categoria: fontes analógicas

Gravadores/reprodutores de bobinas. 

Tive o prazer de ouvir em diferentes eventos dois reprodutores Reel 2 Reel que me marcaram por diferentes razões:

  • Technics + RMD


    A menção honrosa: deck da Technics alterado em Portugal, com o conjunto prévio mais fonte de alimentação RMD, também de fabrico português, e a bobine de Muddy Waters, com ruído, mas ainda assim capazes de me conquistar como até aí o prístino sistema digital, embora de preço estratosférico não estava a conseguir.
  • Metaxas & Sins Tourbillon


    Mas foi o Metaxas & Sins Tourbillon, verdadeira obra de arte de design e relojoaria sonora, com lugar garantido onde o design for rei, que leva o prémio Best Toys 2023 para gravador e leitor de bobinas. Não só pelas suas linhas, mas também pela capacidade demonstrada de extrair novas e maravilhosas sensações de “Wish You Were Here” disco que já terei ouvido seguramente umas centenas de vezes.

Categoria: fontes analógicas

Gira-discos

Kronos Discovery


Torqueo T-34 Compact

Tive a oportunidade de tomar contacto em diversos eventos com gira-discos que figuram nos sonhos de qualquer audiófilo. Fosse o Kronos Discovery, numa das salas da Ajasom no Lisboa Hi-fi’23, o Torqueo T-34 Compact no 5º aniversário da loja do Porto da Ultimate audio, ou o TechDAS Airforce V Premium nos Saturday Mornings da Imacústica. 

Aqui o prémio não irá para os equipamentos que acabei de mencionar. Todos eles capazes de mexer comigo emocionalmente, mas para um prato que custa um décimo, mas que, primeiro também num evento, ligado a um prévio de trezentos e tal euros, e depois também na minha sala, demonstrou capacidade similar de levar a música onde ela deve chegar, não só aos ouvidos, mas mais fundo, ao âmago de cada um. Este prato está atualmente residente a funcionar como referência analógica cá em casa. Fiquem atentos à minha análise deste equipamento dentro de dias.

  • Ente equipamento, o vencedor do Best Toys 2023, na categoria gira-discos, é o MoFi StudioDeck, com cabeça StudioTracker

    Best Toys 2023 – Gira-discos do ano MoFi StudioDeck

Categoria: fontes digitais

Leitor de CDs

Naim CD5si

  • Menção honrosa para o Naim CD5si e para a fantástica parelha que fez com o Naim Nait 50 (review aqui). Ninguém conseguiu estar parado quando tocaram cá em casa.
  • O prémio de leitor de CDs do ano vai para o Primare CD35 Prisma (review aqui), para além da sua assinatura sonora “flat” e “adulta”, que lhe deve garantir casar bem com praticamente qualquer amplificação, provou acumular perfeitamente as funções de Streamer (tomando em linha de consideração a facilidade de utilização e qualidade sonora) com DAC de primeira linha numa só caixa. A minha recomendação sem hesitações para quem tiver uma coleção de rodelas prateadas, mas também é cliente de streaming.

    Primare CD35 Prisma + I25 Prisma

Categoria: fontes digitais

Streamer

O aspeto prático é sem dúvida um dos mais importantes critérios de apreciação de um streamer. Os ecrãs com informação legível à distância, se possível tátil são muito apreciados (estou a lembrar-me do êxito que foi o Eversolo DMP-A6. Equipamento com o qual tive uma experiência de alguns minutos numa loja, que não considero suficiente para uma apreciação que pudesse ser considerada séria).

Não será o nosso telemóvel, com a aplicação que estivermos a utilizar, o melhor comando e ecrã tátil existente? A minha experiência com as apps BlueOS, Prisma da Primare e StreamMagic da Cambridge confirmam quanto a mim esta teoria. A experiência visual pode enriquecer a forma como consumimos música. Vai do gosto de cada um. 

Esta categoria terá sido das mais complicadas de desempatar pela aproximação qualitativa de todos os equipamentos nomeados.

As nomeações:

  • Cambridge audio MXN10/AXN10; os streamers de base de gama da Cambridge têm a capacidade de nos colocar perante um dilema: para quê gastar mais? Tive a oportunidade de ter um MXN10 e o topo de gama da marca Edge NQ frente a frente em “David vs Golias” e ficou complicado de justificar a diferença de preço para quem tiver os tostões contados…
  • NAD C700


    Menção honrosa: NAD C700; sim eu sei, o NAD é um integrado. Mas também é um streamer. E com ecrã! E vem com BlueOS, que continua sentada no trono das aplicações de controlo de streamers. Tudo é fácil, tudo é simples e acessível, e à distância de um clique. Amplificador + streamer + DAC + ecrã + pequena pegada volumétrica + o preço do conjunto que não nos obriga a roubar um banco. Só audiófilos empertigados como eu poderão querer algo mais…
  • O vencedor? O módulo Prisma presente na gama Primare, que testei no conjunto CD35 com o integrado I25. Em ambos funcionou sobre rodas e com o descomplicómetro sempre ligado. E a adicionar a assinatura sónica com tudo que um aspirante a reviewer pode querer. Som limpo, linear, pujante, controlado, mas emotivo.

    Primare CD35 Prisma + I25 Prisma

Esta foi a minha decisão por esta ordem. Embora neste caso qualquer um dos três pudesse levar o troféu. Dei a primazia ao Prisma, por uma questão puramente de qualidade de som.

Auscultadores

Os nomeados:

  • Cambridge audio Melomania 1+


    Cambridge audio Melomania 1+, não o 1, nem o Touch, mas o 1+. Som que entusiasma e por um preço mais que justo. A minha escolha vai para o modelo intermédio, 1+. Faz-me pensar: comprei o Melomania 1 e o 1+ por valores a rondar os 100 euros o par, mas já os vi na Amazon por 50 ou 60. Porquê nos ficarmos pelos auriculares que vêm de origem com o telefone? 

Menção honrosa:

  • Meze Elite: são de facto auscultadores do outro mundo, pela qualidade de construção, pelo requinte, pelo som que são capazes de reproduzir e pelo orgulho da posse. Infelizmente o nível superior de tudo que estes auscultadores são, representa um preço pedido pelo fabricante, que embora não deixe de ser justo, é ainda assim superior ao que a maioria estará disposto a dispender.

    Meze Elite

  • Então quem leva o prémio?

Os Bowers & Wilkins Px8 007 que tive a oportunidade de testar, deixaram de ser fabricados neste acabamento, mas a marca britânica continua a tê-los disponíveis em diferentes acabamentos, e oferecidos por menos 100 euros que os 007. Estiveram vários meses comigo e são sem dúvida uma proposta muito equilibrada entre o que propõem e o que a marca pede por eles. E é quanto a mim a forma como se irá consumir mais música no presente e no futuro. Não será por acaso que cada vez mais fabricantes têm uma proposta deste tipo no seu catálogo. Vai assim para os B&W Px8 o prémio Best Toys para auscultador do ano.

Bowers & Wilkins Px8 007

Amplificação do ano

A amplificação do ano é uma categoria “peluda”. Como atribuir a categoria de motor do ano a um Tesla. A aceleração é vertiginosa. mas antão e o handling, o conforto, os materiais, o requinte? Pois… atribuir uma categoria a algo que é o motor de tudo o resto. mas depende de tudo… o resto?

Nas minhas aventuras no High-end ouvi sem dúvida amplificação digna de figurar no Olimpo do High-end audio, que só por uma razão não figuram no pódio, não estiveram nas MoustachesTowers para review, mas que não ficaria bem comigo próprio se não fossem nomeadas:

  • Ultimate Sessions Extreme


    amplificação prévio e monoblocos Gryphon Apex casados com torres Kroma Mercedes nas Ultimate Sessions Extreme. Se nunca tivesse tido a oportunidade de me ter sido cedido equipamento para ser testado em casa, em contexto de sala de estar, com fontes e colunas como o Portugal real pode pagar, não pensava mais no assunto, e estava aqui o vencedor.
  • Lisboa Hi-fi’23


    a amplificação do matemático, do engenheiro, do ministro das finanças. Mola Mola Makua e Kaluga no Lisboa Hi-fi’23. Porque não ganhou neste campeonato (dos que não posso pagar) ? Simples: se eu avaliasse estas coisas com instrumentos de medição, não tenho dúvidas que estaria aqui o vencedor. Mas avalio com ouvidos, coração e “guts”. Por isso o vencedor do campeonato dos inacessíveis à minha carteira mantém-se.
  • Naim Nait 50

    menção honrosa: Este amplificador em nenhum minuto que esteve cá em casa eu consegui parar. O Naim Nait 50 fez-me converter ao culto. Ao culto Naim. Nenhuma célula do meu corpo conseguiu manter-se imune ao poder dos seus 25W!

  • o vencedor? Fezz Silver Luna Prestige Evolution. Pronto, já disse! O vencedor é um integrado a válvulas EL34, com 4 assinaturas sónicas possíveis, 3 transformadores toroidais, e o som menos enquadrável nos clichés dos amplificadores a válvulas, e também já agora, dos prémios! A razão? O Silver Luna conquistou os meus ouvidos, os olhos da esposa, o meu coração, “guts”, todo o meu ser consumidor de música. O Silver Luna “tinkled my tinkle”, seja com colunas de centenas ou de milhares de euros.

    Fezz audio Silver Luna Prestige Evolution

Colunas

nomeados:

  • Indiana Line Diva 252


    Indiana Line Diva 252. Estas colunas vieram para teste, mas infelizmente foram descontinuadas durante o processo de apreciação e não tiveram o direito de uma review própria, mas demonstraram disparar muito acima do preço e… tamanho.
  • menção honrosa: Focal Vestia Nº1. Pelo foco do paco

    Focal Vestia Nº1


    sonoro e pelo tweeter. Estes aspetos sozinhos mereceriam o prémio só por si. Mas infelizmente para as Vestia, tive a oportunidade de tomar contacto com
  • As vencedoras desta categoria, as Borresen X3. Sim eu sei, dez mil euros. Dez mil euros… Algo de intatingível para a maioria. Mas para a outra minoria, a que procura algo a preços até bem acima dos tais dez mil, por vezes em valores escritoa com seis dígitos, estas maravilhas da terra dos Vikings, podem ser o que andam à procura. Palco sonoro, largo, alto e profundo, bem definido. Micro e macro detalhe. Nuances. Timbre. Bem, infelizmente o meu contacto com estas colunas resumiu-se a um dia, em Viseu, na sua apresentação com o integrado tudo-em-um Axxess Forté 1 (apresentado no mesmo evento). Os curiosos terão de ter paciência e ler a minha crónica deste evento, em exclusivo no nº1 da revista MoustachesToys, brevemente disponível.

    Borresen X3